Padre Eduardo – UNIVIDA https://www.univida.org.br A Dez anos ajudando o proximo Tue, 09 May 2023 12:54:54 +0000 pt-BR hourly 1 https://www.univida.org.br/wp-content/uploads/2022/07/cropped-964f9d_2b11a0ce5d474f91a90486a6b676c586_mv2.webp Padre Eduardo – UNIVIDA https://www.univida.org.br 32 32 Caminhada Univida https://www.univida.org.br/caminha-univida/ Mon, 08 May 2023 12:41:46 +0000 https://www.univida.org.br/?p=4375

Hoje, 08/05/23, Pe. Eduardo Lima viveu um momento muito especial, relevante e histórico para a caminhada da UNIVIDA, se apresentou como convidado de uma reunião privada da Sociedade Civil, com a Sra. Alice Wairimu Nderitu, Subsecretária Geral e Conselheira Especial de Prevenção de Genocídio da ONU – Organização das Nações Unidas, que se encontra em visita oficial ao Brasil, cujo foco é a situação dos povos indígenas, dos afrodescendentes e de outros grupos e comunidades vulneráveis do país.

A reunião aconteceu em Campo Grande/MS.

Pe. Eduardo Lima, fundador e coordenador da UNIVIDA, discorreu sobre o trabalho humanitário desenvolvido ao longo de 11 anos junto aos Kaiowá e Guarani da Reserva Indígena de Dourados/MS.

Em sua fala, Pe. Eduardo Lima testemunhou sobre as múltiplas violências sofridas pela comunidade indígena de Dourados e região. A realidade é devastadora e coloca em risco a vida e os direitos básicos dessas pessoas, deixando-as vulneráveis a decisões negligentes do governo.

E descreveu a história e as ações desenvolvidas pela UNIVIDA, que também se faz presente entre os indígenas da região central da Amazônia, ribeirinhos e comunidades quilombolas.

Na ocasião, Pe Eduardo Lima entregou em mãos, para a Subsecretária da ONU, Sra. Alice, um portfólio com o registro fotográfico e informações sobre as missões UNIVIDA, acompanhado de uma carta de apresentação, em inglês, como presente desse encontro.

É a UNIVIDA ganhando projeção internacional, com o respaldo da ONU.

Parabéns, Pe Eduardo, pela conquista merecida desse espaço de fala.

Parabéns a todos os 3.500 voluntários da UNIVIDA, que com seu trabalho, colaboraram para que a UNIVIDA tivesse um reconhecimento dessa grandeza.

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A PÁSCOA NOSSA DE CADA DIA https://www.univida.org.br/a-pascoa-nossa-de-cada-dia/ Thu, 13 Apr 2023 12:48:35 +0000 https://www.univida.org.br/?p=4352 Pe. Eduardo Lima

               O tempo pascal possibilita reflexões sobre os desafios da vida, quando somos chamados a remover os entraves que trazemos dentro de nós, a romper as barreiras que podem estar cerceando nossos corações e bloqueando a luz da ressurreição. Para vivermos sempre a nossa Páscoa, precisamos ressignificá-la para a nossa rotina. Nós não precisamos nada de especial, mas ser simples e viver o extraordinário, viver como ressuscitados, experimentando mudanças, por menores que sejam, mas contínuas em nossas vidas. Abrir os olhos para como vemos o mundo, as pessoas e a criação de Deus.

               Em uma contextualização com o tempo Pascal e a realidade indígena, faz ressoar o mito fundante do povo Guarani, conhecido como “Yvy Marã ei” – traduzido como Terra Sem Males. Trata-se da história de Guiraypoty e sua família que, para fugir das águas de uma enchente, subiram no telhado de sua casa e, por meio de um canto solene, foram levados até a porta do céu, onde encontraram uma Terra Sem Males, onde as plantas nascem por si próprias, a caça já chega abatida e as pessoas não envelhecem nem morrem. Não há, nesse lugar, sofrimento de espécie alguma.

                Que possamos nos inspirar nos Guaranis para construir esperança em nossa Páscoa diária, onde nossos sonhos crescem, por um mundo mais humano, um novo mundo de paz e humildade, serviço e justiça, enfim, uma Terra Sem Males para todos os Homens de boa vontade.

                Para que isto aconteça, precisamos remover os entraves que trazemos dentro de nós, a romper as barreiras e preconceitos que podem estar cerceando nossos corações e bloqueando a luz da ressurreição. Usando uma reflexão da Adélia Prado, famosa poetisa mineira, de intensa vivência católica:

“Se você não pode tocar uma pessoa, mude o olhar para essa pessoa, é uma experiência profunda de relação humana. Se a gente não fizer mais nada nessa vida e fizer isso, você cumpriu o seu destino humano de significação e sentido. ”

                O que merece um outro olhar, para que a Páscoa seja rotina em nossas vidas? E nesse universo que requer olhares que buscam conhecer tantas realidades, chama-nos a atenção nossos povos originários, que entre eles, carregam a admirável sabedoria Guarani da “Terra Sem Males”. Aqueles mesmos que estavam aqui antes da chegada dos europeus — os indígenas do Brasil, que sofreram processos violentos o tempo todo ao longo desses 500 anos. Vítimas de genocídio em decorrência de doenças ou violência física, da morte cultural e de conhecimentos. Apesar de o país reconhecer os povos originários por meio da lei, pela Constituição de 1988, quando os indígenas adquiriram direitos civis, ainda assim não são aceitos. Pelo contrário, são alvo de discriminação por parte da sociedade. Houve nas últimas décadas o sucateamento das políticas voltadas à educação e à saúde desse público. Mas uma questão fundamental é o direito à terra e desde 2018, nenhum processo de demarcação – dos 248 que estão em andamento na FUNAI – foram concluídos.

                A questão da posse da terra indígena é que permite aos indígenas terem direitos sobre suas terras ancestrais e assim preservar sua cultura e tradições, bem como aumentar sua qualidade de vida. E é importante destacar que os povos indígenas são os maiores conservadores da floresta, dos rios e da biodiversidade. Seus territórios são alguns dos lugares mais bem conservados no mundo.

                Se de um lado da confrontação da terra indígena passa pelo reconhecimento e demarcação de território, de outro lado, há um aumento de invasões em terras indígenas já estabelecidas. Os motivos são a exploração ilegal de madeira/desmatamento, atividades de garimpo e exploração mineral, atividades agropecuárias (soja, milho e gado), incêndios, pesca predatória e grilagem/loteamento ilegal.

                Então torna-se claro diante das circunstâncias, que os legítimos donos dessa terra chamada Brasil, estão em luta constante pela “Terra Prometida” tal qual a que conhecemos na literatura bíblica, no livro de Reis. Que os povos originários alcancem a “Terra Prometida” e que de fato, seja a “Terra Sem Males”, para todos nós, irmãos.

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Fé e esperança para 2021 https://www.univida.org.br/fe-e-esperanca-para-2021/ Fri, 26 Aug 2022 14:06:54 +0000 https://www.univida.org.br/?p=3954 Em 2020 o mundo adoeceu! A pandemia do novo coronavírus nos desestabilizou. E este será um tempo marcante na história, para nações, famílias e indivíduos e como não poderia deixar de ser, para a UNIVIDA.

“Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim.” Carlos Drummond de Andrade

Em 2020 o mundo adoeceu! A pandemia do novo coronavírus nos desestabilizou. E este será um tempo marcante na história, para nações, famílias e indivíduos e como não poderia deixar de ser, para a UNIVIDA. Deixamos de estar em missão, por mais inconcebível que possa parecer para uma organização humanitária, pelo bem comum – para preservarmos a saúde dos indígenas, dos demais com quem colaboramos, dos voluntários e de todos envolvidos direta ou indiretamente em nosso projeto.

A pandemia de Covid-19 trouxe graves crises de saúde, econômicas, políticas e sociais, especialmente as condições de vida da população mais pobre e vulnerável do país deterioraram-se drasticamente. Como


organização humanitária, a UNIVIDA se preocupa com o impacto da pandemia na segurança, saúde e dignidade dos grupos vulneráveis.
Nesse cenário de incertezas e tensões, a ausência das Missões UNIVIDA na Reserva Indígena de Dourados/MS, na Terra Indígena Andirá-Marau/AM, como também em algumas periferias urbanas ou em tantos outros lugares de atuação, pode ser sentida por aqueles a quem atendemos, mas com certeza, me provoca a privação do fazer, a falta do cuidado e a saudade do lá estar. Essa ausência instiga-me uma inquietude saudável, preciso me observar o tempo inteiro, estar atento àquilo que vai me sendo indicado pelo mundo interno, pelo que vem de dentro, para suprir o carecimento do ser missionário. Guardo com fé e esperança por 2021, para que possa retomar ações em prol da família humana.


A próxima oportunidade de comparecermos à Reserva Indígena de Dourados/MS, será uma comemoração, por dois motivos – a possibilidade de estarmos entre nossos irmãos indígenas e a comemoração pela 10ª Missão UNIVIDA naquela localidade. Iniciaremos os preparativos em breve, logo que as condições sanitárias permitirem, o que impõe desafios adicionais a um contexto já difícil e extremo de vulnerabilidade. Manter a sustentabilidade da missão exige responsabilidade frente a pandemia. Mais do que nunca, o momento de retorno às missões UNIVIDA será alicerçado na solidariedade, cidadania, ética, justiça social, tolerância e inclusão social.


As instituições de ensino superior – IES – parceiras da UNIVIDA serão contatadas e também serão cadastradas adesões anteriormente solicitadas, para de firmar articulações necessárias ao trabalho.


É preciso ter responsabilidade e respeito. Cada um de nós deve cuidar do outro, com afeto verdadeiro. Pretendo que seja momento especial, de encontro, um despertar da consciência social para todos voluntários que nos acompanharão, eles que responderão ao chamado para se doar e assistir, além de seus horizontes, a quem clama por ajuda premente.

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